O presente estudo pretende realizar um resgate de teorias sobre a produção e a acumulação de riqueza e sobre como se dá a determinação do valor dos bens e a distribuição dos resultados da atividade econômica. Na sociedade em que o conhecimento assume destaque como principal fator de produção, reveste-se de extrema complexidade tratar as desigualdade resultante na alocação dos rendimentos é importante. Com base em práticas sociais, economistas estudam mecanismos que se estabelecem em função do poder político dos agentes econômicos, os quais fazem com que a economia funcione segundo regras pactuadas em condições desiguais. Inicia-se, então, a discussão da questão da flexibilização das patentes a partir da hipótese de esse direito ter sido instituído para consolidação de poder. O instituto, mais do que uma causa, é uma consequência do desenvolvimento econômico, podendo, ainda, ser utilizado como elemento mantenedor de monopólios e de privilégios. Considerando a economia uma ciência a orientar a estruturação de uma sociedade menos injusta, ela precisa ser sustentável, e, aqui, a contribuição do direito. O problema que se apresenta em face da construção do desenvolvimento sustentável centra-se em verificar se é justa a forma de entregar os direitos sobre a criação – concessão de patentes - de modo a possibilitar uma justiça menos parcial e capaz. Acredita-se que, substituindo o paradigma da competição pelo da colaboração fortalecida por políticas públicas orientadas pelo capital social e pelo compromisso comunitário, a flexibilização das patentes pode tornar-se um instrumento promotor do desenvolvimento sustentável inclusivo e democrático.